Zona de Coexistência

A 1 de janeiro de 2014 entra em vigor o novo Código da Estrada e com ele uma nova zona na via pública: a Zona de Coexistência.

Artigo1 - Definições legais

O limite de velocidade nessas zonas é de 20 Kms/hora, e o peão é quem tem prioridade.

A zona intramuros do centro histórico de Guimarães, pelas suas características, deveria ser uma Zona de Coexistência a implementar pela Câmara Municipal. Ficamos a aguardar.

Artigo 78-A nr1

Artigo 78-A nr2

Park(ing) Day 2013

A AVE aderiu mais uma vez ao Park(ing) Day, movimento mundial que visa transformar, por um dia, um lugar de estacionamento num espaço para as pessoas, promovendo a reflecção sobre a ocupação do espaço público.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Polidesportivo do Parque de Lazer das Taipas

O projeto da Requalificação do Polidesportivo do Parque de Lazer das Taipas tem sido alvo de muita desinformação, pelo que decidi esclarecer os poucos vimaranenses que irão ler estas linhas, na esperança (ingénua?) de ser imitado por algum jornalista.

Com base num comunicado da Taipas Turitermas, a imprensa de Guimarães, ao estilo do jornalismo copy-paste cada vez mais praticado, não verificou a notícia e limitou-se a transcrever a desinformação, fazendo dela uma verdade irrefutável aos olhos dos vimaranenses. Como pode uma notícia não corresponder à verdade se foi publicada com o mesmo conteúdo em todos os órgãos de comunicação? Em Guimarães é fácil. Basta emitir um comunicado de imprensa.

O Povo de Guimarães escreve no artigo online Governo reconhece interesse público nas intervenções para o Parque de Lazer das Taipas, e na publicação impressa tem uma chamada de capa que diz “Projeto de requalificação do Parque de Lazer aprovado pelo Governo”.

O artigo online da Guimarães Digital alinha na desinformação com o titulo Governo aprovou projeto da Cooperativa Taipas Turitermas.

A Guimarães TV, com muitas fotos à mistura, intitula a noticia TAIPAS | Governo reconhece interesse público na requalificação do Parque de Lazer.

O Reflexo Digital também reflete a desinformação e escreve online Parque de Lazer das Taipas – Governo reconhece interesse público nas intervenções propostas pela Taipas Termal.

A DESINFORMAÇÃO – Comunicado da Taipas Turitermas

Este comunicado não visou prestar informação, mas sim fazer auto promoção.

Projeto para a requalificação do Parque de Lazer da Vila das Taipas publicado em Diário da República com relevante interessante público para a freguesia de Caldelas e concelho de Guimarães.”

Não foi publicado nenhum projeto em Diário da República, mas sim um despacho do Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento de Território a reconhecer o “relevante interesse público” de um projeto sito em Caldelas, Guimarães.

Continuar a ler

Atabicar o caminho

“Atabicar o caminho”
um audiowalk para Guimarães

por João Martins

couros mercado

As cidades são, antes das casas, das ruas, ou das praças, os locais onde nos juntamos. Onde paramos e nos tornamos verdadeiramente gregários: escravos do território que julgamos explorar. Ou que exploramos mesmo.

São os sítios das biografias colectivas, dos conflitos pequenos e grandes, domésticos e públicos.

São mais do que a soma do que somos, porque são também o que nos subtraímos e os milagres e os desastres da divisão e multiplicação de recursos e malfeitorias que fazemos ou deixamos fazer.

São o que espalhamos à nossa volta nesse momento de parar e dizer: “é aqui”. É aqui que nascemos, é aqui que morremos.

A Ribeira de Couros atravessa a cidade de Guimarães em regime de apneia. Ouvimo-la resfolegar debaixo das ruas, vemo-la ser engolida pelos edifícios, sabemos que, desde tempos imemoriais, as “gentes de luta e labor”— dos curtumes e não só—, canalizaram e canibalizaram a Ribeira e sobre ela construíram os espaços do trabalho e da vida.

A cidade fora da cidade, fora do perímetro muralhado, com cheiros e vidas que não juntavam ao útil, o agradável, encosta-se nas margens da ribeira. Sobre ela se debruça e pousa as suas estruturas. Bebe a água que nasce na Penha e é com ela que alimenta a terra e o trabalho e é sobre ela, também, que despeja os seus desperdícios.

Sim, é o “merdário”, esta ribeira que se esconde debaixo das ruas e das casas, mas é também com ela que se lava a roupa nos tanques públicos e se regam os campos, da Penha até à Veiga de Creixomil.

Junto ao novo Mercado Municipal— onde o vento faz ranger as lonas e se ouve uma catatua—, a ribeira reencontra o ar e, por breves instantes, interrompe a sua prolongada apneia.

Em alguns dias, a cor da água, sugere que, algures, entre a Penha e a cidade, alguém lava toda a roupa de Guimarães nesta água. Imagino um tanque gigantesco e braços fortes a esfregar séculos de fraldas e lençóis da nação que nasceu de uma disputa familiar.

(Um filho e uma mãe desavindos terão sempre muita roupa suja para lavar.)

Mas logo a água se some, engolida por estruturas seculares— o Brecht diria qualquer coisa sobre tudo isto, com certeza— e as voltas que damos à procura desses assomos da água, ensinam-nos os caminhos de Couros e das quintas que se haviam de plantar nestas margens até à Veiga de Creixomil, onde as águas já só desperdício, já só fedor, se haviam de aliviar e purificar na rega dos campos.

É também nesta violência sobre as águas que se desenha e define a cidade; nesta mistura de exploração exaustiva e controlo obsessivo que faz nascer casas que engolem a ribeira.

Na rua onde se planta um Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura, um Mercado e uma Feira, a ribeira circula, em contra-mão, algures debaixo de nós.

Canalizada e posta ao serviço da indústria, em tempos, que corrente é esta agora? O que traz e para que serve?

Imagino os “rápidos” na escuridão total deste ventre pós-industrial.

E aquela árvore solitária? Há quanto tempo está a olhar para nós?

Texto publicado no jornal LURA, n.º 24, abril a julho 2013.
A AVE agradece ao autor e ao Serviço Educativo do CCVF a amável cedência do texto.
 
Para mais informação sobre o projeto Atabicar o caminho – um audiowalk pela cidade

Semana Mundial da Segurança Rodoviária

MarcadorA Semana Mundial da Segurança Rodoviária em Portugal é coordenada pela Direção-Geral da Saúde e pela Associação de Cidadãos Auto-mobilizados, que no comunicado da sessão de lançamen-to escrevem:

“A II Semana Mundial da Segurança Rodoviária promovida pelas Nações Unidas tem lugar este ano entre os dias 6 a 12 de maio e é dedicada à Segurança dos Peões. Um quarto das vítimas de sinistralidade rodoviária são peões. Esta iniciativa mundial pretende chamar a atenção para a necessidade urgente de melhorar as condições de segurança dos peões, promovendo as ações e medidas necessárias para tal e, por esse meio, contribuir ainda para o cumprimento do objetivo da Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020, de salvar 5 milhões de vidas.

Em Portugal, morrem ou ficam gravemente feridos mais de 600 peões por ano, o que coloca o nosso país numa das piores posições em termos europeus. Assim, consideramos que se devem unir esforços e promover, durante esta Semana Mundial, ações de sensibilização, educação e prevenção centradas especialmente na valorização do estatuto do peão e na melhoria das suas condições de segurança nas ruas e estradas portuguesas.”       


Em Guimarães, a única referência que encontrei relacionada com Segurança dos Peões foi a notícia de um Septuagenário atropelado na Av. S. Gonçalo, e fui invadido por uma enorme interrogação: Como vai a Segurança dos Peões no nosso concelho?

Por muito que procure não encontro respostas, apenas mais interrogações:

  • Onde estão disponíveis os dados estatísticos sobre sinistralidade em Guimarães?
  • Existe coordenação entre as entidades intervenientes na fiscalização? Quem a faz?
  • Existe algum programa ou estratégia para melhorar a Segurança dos Peões?

Receio que a Segurança dos Peões em Guimarães, à imagem de outras componentes da Mobilidade, esteja em AUTOGESTÃO, sendo que o “auto” não se refere a “por si próprio” mas a “automóvel”.


FAVOR DIVULGAR NAS ESCOLAS

Concurso de Fotografia «Somos Todos Peões»

A inscrição decorre até 31 de maio de 2013 e destina-se aos alunos dos ensinos básico e secundário.

Tem como propósito sensibilizar a população escolar e a comunidade, em geral, para a problemática da mobilidade, segurança e sinistralidade, através da observação do ambiente rodoviário das zonas envolventes às escolas e do registo de situações do quotidiano, com especial enfoque no peão, numa perspetiva de educação para a cidadania.


Outras ligações relacionadas:

Folheto “Somos Todos Peões” – (para o público infanto-juvenil)

Marcador de Livro “Somos Todos Peões” (para o público jovem/adulto)

Iniciativa de Cidadania Europeia “30kmh – dando vida às ruas!”

Manual de Boas Práticas sobre Segurança dos Peões – (para decisores políticos)

José Cunha