Esta rúbrica pretende relatar factos, noticias e curiosidades de outros tempos, relacionados com o ambiente no concelho de Guimarães.
Numa pesquisa que se fez sobre certo assunto, encontrou-se outro que está a propósito destes textos sobre ambiente ao longo da história aqui em Guimarães. Sem adiantar muito mais, o Verão de 1854 parece ter sido rigoroso pelas citações. Falava-se da falta de água. Na freguesia da Costa todos os moradores “havião total falta de água”. Por Agosto, avisaram as pessoas para tirarem os obstáculos dos rios, (…)«por isso que a escassez de Agoas que se dá é motivada pela intempérie da estação e desarranjo na machina da natureza com falta de chuvas. Se emquanto pelo mesmo motivo de escassez d’agoas tem os Lavradores lançado mão de novos e outros artificios para regarem as suas cearas, isto abeira dos rios» (…) e sem água não havia cearas. A citação que se fez está no livro de vereações da Câmara de Guimarães de 1853 a 1856. Mas, há mais. Nos jornais da época em notícias sobre a cidade precisamente por causa da seca daquele ano:
«Tumulto.- No mercado de sabado esteve para haver grande tumulto popular em Guimarães pela carestia de milho, que está a 800 reis; a authoridade conseguiu apasigua-lo.
Fome.- Escrevem de Guimarães que se receia grande fome: os campos vão secando de todo; as uvas amadurecem e logo racham – e está tudo caro!!»
Os jornais davam assim notícia da carestia de pão, certa fome e de uma pessoa em Brito que já tinha morrido por causa disto.